domingo, 26 de outubro de 2008

Damo-nos tão bem um com o outro

Na companhia de tudo

Que nunca pensamos um no outro,

Mas vivemos juntos os dois

Com um acordo íntimo

Como a mão direita e a esquerda.

(…)

Depois ele adormece e eu deito-o.

Levo-o ao colo para dentro de casa

E deito-o, despindo-o lentamente

E como seguindo um ritual muito limpo

E todo materno até ele estar nu.

Ele dorme dentro da minha alma

E às vezes acorda de noite

E brinca com os meus sonhos.

Vira uns de pernas para o ar,

Põe uns em cima dos outros

E bate palmas sozinho

Sorrindo para o meu sono.

In poema do menino jesus, Alberto Caeiro

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